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Arquitetos: Hiero Arc
- Área: 560 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Igor Carvalho
Descrição enviada pela equipe de projeto. No Centro-Oeste brasileiro, interior de Goiás, o projeto para o restaurante Ikigai busca unir em um só local duas paixões dos proprietários: gastronomia e jardinagem. Para além disso, este lugar entrega ao usuário uma experiência que o retira de uma realidade urbana agitada oferecendo a oportunidade de se conectar com um espaço de calmaria. Traz para si uma experiência de paz e simplicidade, um pequeno vislumbre do que de fato é sublime, o natural.
A busca pelo natural está presente em diversos pontos do projeto. Materiais crus, instalações aparentes, estruturas reveladas, e a simplicidade dos mobiliários, exemplificados pelas cadeiras de fio, trazem identificação com a cultura local.
A beleza e a forma das plantas preenchem o espaço e encantam o olhar de quem o ocupa. A existência de um espelho d’água oferece espaços de contemplação e relaxamento trazendo a sensação de imersão na natureza, que aliada à abundante iluminação e ventilação natural existentes, confirmam a intenção projetual de transformar este restaurante em um lar momentâneo.
A operação do restaurante foi locada ocupando a antiga casa, reformulada para receber as áreas técnicas. O cenário da cozinha tem uma relação visual direta com os clientes, posicionado próximo ao salão principal, que através da grande abertura em vidro permite uma troca visual e interação entre os chefs e os clientes, além de transformá-lo em um palco que chama atenção daqueles que se interessam pelo processo de produção gastronômica.
No terreno vizinho, incorporado ao projeto, foram locadas as áreas destinadas aos clientes: a recepção, a espera e o salão para as mesas. A trama metálica demarca o espaço coberto, ressaltando os pátios através do vazio. Mesas, paisagismo e o espelho d’água, se integram dentro de um sistema geométrico em uma simples malha demarcada no piso e na cobertura. O que aparenta uma singela construção de espaço, ganha complexidade com a presença do paisagismo, que ocupa vazios, visadas, chão, parede e teto.
O proprietário tem como hobbie o plantio e o cuidado das plantas. Por isso, o espaço também se configura como viveiro, onde as mudas são comercializadas para os clientes interessados, fazendo com que o restaurante esteja sempre em constante transformação paisagística.
O projeto conta com uma cozinha em formato Omakasse para serviços exclusivos de gastronomia e atendimento. O espaço possui uma bancada centralizada, para receber clientes e funciona também como uma cozinha-laboratório, onde o chefe cria e testa pratos autorais, além de ministrar cursos e produzir conteúdos virtuais. Dramaticidade é trazida a este cenário através de um único pendente amadeirado com aspecto substancial de uma lanterna que unicamente ilumina os pratos e a produção gastronômica.
É evidente a materialização de um lugar que se torna um restaurante-viveiro, levando em sua maior essência essa dupla função, que beneficamente se fundem e trazem o melhor dos dois mundos para o usuário.